O diretor de Políticas de Informática do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Virgílio Almeida, afirmou ainda que o Brasil figura entre as principais economias do mundo e, por isso, deve ter condições de se proteger.
Mesmo declarando que ainda não encontrou nenhum indício de que empresas de telecomunicações tenham falhado nos procedimentos de segurança durante a investigação sobre supostos vazamentos de informações de usuários da Internet brasileira para o governo americano, o conselheiro da Anatel Jarbas Valente admitiu que há vulnerabilidades.
“Precisamos mudar a estrutura, que não é suficiente para detectar mecanismos como os backdoors, que facilitam acesso aos dados que trafegam nas redes. Não basta certificar os equipamentos”, relatou o conselheiro que participou de audiência pública na Câmara dos Deputados para debater o tema relacionado à segurança da informação e espionagem do governo dos Estados Unidos.
Almeida, que também participou do debate, afirmou que a questão demanda uma ampliação da capacidade tecnológica do país, pois “os países que detêm este conhecimento de ponta não vendem e nem transferem para outras nações que estão em desenvolvimento. Por isso, é preciso investir em Pesquisa e Desenvolvimento“, declarou.
“Nosso objetivo é ampliar a autonomia tecnológica do Brasil e reduzir as vulnerabilidades a possíveis acessos ou monitoramentos indesejados. Por isso, aplicamos uma política baseada no incentivo à Pesquisa e Desenvolvimento ligada ao desenvolvimento de uma Política Industrial para fortalecer a segurança da informação”, reiterou.
O diretor do sindicato nacional das operadoras de telecomunicações (SindiTelebrasil), Eduardo Levy, também participou do debate e sugeriu que o sistema de verificação precisa ser melhorado, ainda que tenha transferido eventuais responsabilidades ao regulador.
“Todos os equipamentos que temos nas redes são certificados pela Anatel, embora entendamos que isso possa ser aperfeiçoado”, afirmou o executivo. Ele também reiterou que nenhuma operadora de telecomunicações fornece informação sobre os seus clientes ou facilita a quebra de sigilo, exceto por determinação judicial.